Barragens de Itabira acumulam 342 milhões de metros cúbicos de rejeito
Dados da Defesa Civil Estadual demonstram a quantidade de rejeitos aglomerados e altura de cada estrutura
Berço da Vale, Itabira é cercada de barragens que acumulam mais de 342 milhões de metros cúbicos (Mm³) de rejeitos de minério de ferro. Os dados são da Coordenadoria Estadual de Defesa Civil (Cedec), obtidos pela DeFato no Posto de Comando montado em Itabira para coordenar os trabalhos do primeiro simulado do município.
Itabiruçu
A barragem do Itabiruçu é responsável por receber as sobras do Complexo de Conceição. Atualmente, aglomera 130,7 Mm³ de rejeito de minério de ferro, mas tem capacidade para 228 milhões de metros cúbicos. A estrutura foi construída pelo método a jusante. Possui 71 metros de altura e passa por obras que vão torná-la ainda mais robustas. A borda da barragem, hoje com 836 metros acima do nível do mar, passará a ser de 850 metros.
Pontal
A barragem Pontal foi implantada em 1972, em aterro compactado, tem 69 m altura, comprimento da crista de 620 m, além de três alteamentos a jusante. Maior complexo de retenção de rejeitos de Itabira, represa se estende por toda a região do bairro Bela Vista e aglomera 148,58 milhões de metros cúbicos de resíduos.
Desde 1º de abril a barragem do Pontal está classificada como de nível 1 de risco de rompimento. Isso porque a empresa não conseguiu renovar a declaração de estabilidade do Dique 02, um dos “braços” que compõe o complexo gigantesco que recebe as sobras do que é produzido em Cauê.
O dique Minervino e o Cordão Nova Vista compõem a estrutura da barragem de Pontal, responsável pelo represamento do descarte da Mina Cauê. O dique Minervino foi construído pelo método a montante. Possui 13 metros de altura e 10, milhões de metros cúbicos de rejeito.
O Cordão Nova Vista foi implantado em 1994 em maciço misto de aterro compactado, tem 17 m de altura, comprimento da crista de 1.700 m, dois alteamentos, sendo um a montante e outro linha de centro, e aglomera 4,9 Mm³ de rejeito.
Cambucal I e II
As barragens Cambucal I e Cambucal II pertencem ao Complexo das Minas do Meio. A primeira possui 121.536 mil metros cúbicos de rejeito e 15,4 m de altura. Já a segunda aglomera 115.681 mil m³ de rejeito e 21,3 m de altura. As duas foram construídas pelo método a jusante. Essas são as menores barragens, em termos de quantidade de rejeito, da Vale no município.
Conceição
A barragem Conceição foi implantada entre os anos de 1977 e 1981, em aterro compactado, tem 60 m de altura, comporta atualmente 31,8 Mm³, mas sua capacidade máxima chega a 40,60 milhões de metros cúbicos de rejeito. Tem um alteamento a jusante e o comprimento da crista de 390 m.
Rio do Peixe
A barragem Rio de Peixe foi implantada em 1977, também foi construída sobre aterro compactado a jusante, tem 31 m de altura e aglomera 15,2 Mm³ de rejeitos de minério de ferro.
O que é rejeito de mineração?
O rejeito de mineração é o que sobra quando se usa água para separar o minério de ferro do material que não tem valor comercial. É o jeito mais barato de fazer o beneficiamento (essa separação). Em geral, esse rejeito é composto por minérios pobres (com baixa concentração de ferro) e areia, além da água – daí o aspecto de lama. Processos de beneficiamento mais modernos e que não utilizam água já existem, mas não foram implantados em Itabira.