“Nosso receio é de não haver leitos em lugar nenhum”, afirma Marco Antônio Lage

O prefeito de Itabira, Marco Antônio Lage, comentou a situação da região e alertou para um possível colapso na rede de saúde do estado

“Nosso receio é de não haver leitos em lugar nenhum”, afirma Marco Antônio Lage
UTI de Covid-19 do Hospital Nossa Senhora das Dores. Foto: Thamires Lopes / DeFato
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Na manhã deste sábado (6), o prefeito de Itabira, Marco Antônio Lage (PSB), concedeu uma entrevista coletiva sobre o avanço da pandemia de Covid-19 na região do Médio Piracicaba e a adoção de medidas mais duras para conter o vírus. Na ocasião, comentou sobre a possibilidade de um colapso geral na rede de saúde de Minas Gerais.

“De todas as cidades que têm leitos de UTI instalados aqui na nossa região, nós temos Belo Horizonte, que também está em uma situação difícil e em esgotamento, e, ainda ontem, tivemos o depoimento do prefeito de João Monlevade dizendo que ainda tem leitos, mas poucos”, destacou Marco Antônio Lage.

A situação é tão preocupante que, ainda na sexta-feira (5), a Prefeitura de Itabira comunicou que não há mais leitos disponíveis de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) nos hospitais Nossa Senhora das Dores e Carlos Chagas.

Além disso, Itabira e outras 17 cidades chegaram a um acordo para aderir a onda roxa do programa Minas Consciente, do Governo de Minas Gerais, com medidas mais restritivas de enfrentamento à Covid-19 — da região, somente João Monlevade ainda não aderiu o novo protocolo.

“A razão do decreto é a iminente falta de leitos em toda a região e, até mesmo, no estado. Li notícias esta semana de que Minas Gerais está transferindo pacientes com Covid-19 para o interior de São Paulo. É uma situação difícil. Nós recebemos pacientes de Uberlândia. Então é eminente um colapso geral”, afirmou Marco Antônio Lage.

Transferência de pacientes

Há um temor quanto a transferência de pacientes com coronavírus de outras cidades e regiões para Itabira, o que pode contribuir para o aumento na taxa de ocupação hospitalar local — que já está em nível crítico. Porém, a transferência de pacientes é um processo comum.

A rede de atenção do Sistema Único de Saúde (SUS) monitora os leitos disponíveis em Minas Gerais e, em caso de necessidade, como a lotação em hospitais de alguma cidade, redireciona esse paciente para o lugar mais próximo com disponibilidade de internação — uma ação que busca garantir o atendimento e resguardar a vida.

“O SUS Fácil monitora leitos que têm nas cidades vizinhas e vai aumentando a abrangência desse monitoramento para mandar pacientes para onde for mais fácil a internação. Esse é um procedimento normal e o nosso receio é de que daqui a pouco não tenha leito em lugar nenhum”, disse Marco Antônio Lage.