No comando do Saae Itabira, economista Karina Lobo quer investir no relacionamento com a população

No que tange à estrutura da autarquia há pouco a ser feito, a não ser aguardar as obras da ETA Rio Tanque – indica a diretora-presidente. O desafio agora é melhorar o diálogo com o consumidor

No comando do Saae Itabira, economista Karina Lobo quer investir no relacionamento com a população
A diretora-presidente do Saae, Karina Lobo. Foto: Wesley Rodrigues/DeFato
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A economista Karina Rocha Lobo afirma que sua passagem pelo Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae) de Itabira será pautada pela gestão estratégica. Ela, que assumiu há três semanas o cargo de diretora-presidente da autarquia, quer desdobrar uma missão organizacional defendida pelo prefeito Marco Antônio Lage (PSB) em metas de “atendimento, transparência e comunicação”.

Longe de desafios estruturais, para Karina Lobo o principal trabalho a ser feito no Saae é “ter canais de comunicação mais abrangentes e de acesso mais fácil” pela população. “Temos que tomar todas as atitudes possíveis para melhorar o grau de satisfação dos clientes. Tudo que a gente fizer será pensando nos clientes”, pontua.

Karina falou a DeFato nesta semana, em entrevista acompanhada pela assessoria de imprensa da Prefeitura de Itabira. Em seu gabinete ela manteve respostas breves, sem pormenores. Questionada sobre o diagnóstico feito da autarquia e os desafios à frente, a nova diretora disse que está em fase “de entendimento situacional”.

Sob sua gestão, a organização do Saae prevê duas frentes de trabalho. Uma para combater os “incêndios”, segundo aponta, citando as ocorrências frequentes de desabastecimento e de vazamentos de água. Outra dianteira estará com a melhoria do relacionamento com o consumidor e ações futuras. “Algo que vamos atacar é trabalhar com pensamento mais estratégico. Porque a rotina do dia a dia nos engole”, resumiu.

Anel hidráulico

Sem demonstrar dados, Karina Lobo comentou que o índice de reclamação por falta d’água reduziu e indicou que o anel hidráulico está cumprindo seu papel. Concluído em 2020 pela gestão anterior, a obra tem seis quilômetros de ferro fundido e interliga os sistemas Pureza, Gatos, Três Fontes, Areão e Rio de Peixe. Além disso, recebe o acréscimo de 100 litros por segundo da Vale, em acordo celebrado com a intermediação do Ministério Público.

Rio Tanque

A Estação de Tratamento de Água (ETA) Rio Tanque, com produção estimada de 600 litros de água tratada por segundo, é a solução em longo prazo para o abastecimento local e dará suporte à diversificação econômica de Itabira. A obra será executada pela Vale, com custo em torno de US$ 30 milhões. O acordo para isso foi anunciado no ano passado com participação do MP e do município.

Sobre o andamento do projeto, Karina foi reticente. “Está andando. Há reuniões mensais, com o MP, a Aecom [braço de consultoria do MP], a Vale, onde são apresentados os andamentos. Mas, está andando”, comentou.

Estiagem

Enquanto o projeto macro, que é a ETA Rio Tanque, ocorre no plano de fundo, a programação operacional de Karina Lobo mira os problemas pontuais. Um deles é a tendência para este ano de manutenção de um volume baixo de chuvas, segundo centros de meteorologia. A gestora acredita que a estiagem poderá ser desafiadora no município em 2021 e respondeu que um planejamento é alinhado para atacar a escassez hídrica no segundo semestre. “Temos algumas linhas de atuação. Uma delas é utilizar a barragem Cemig II, no complexo Santana”.

Quanto à coloração e à aparência turva da água que chega às torneiras, o plano de trabalho é aumentar a frequência das manutenções corretivas. “Reforçamos a manutenção dos filtros. Os filtros da ETA Pureza estão sendo trocados – essa manutenção frequente vai fazer com que, cada vez menos, tenhamos problemas com a qualidade da água. O monitoramento é continuo; nosso laboratório está sempre colhendo amostras, fazendo controle”. O sistema Pureza ainda é o principal manancial para abastecimento da cidade.

Reajuste nas contas

Sobre o reajuste da tarifa de água e esgoto, a manutenção é, no entendimento da diretora-presidente, necessária à sobrevivência da autarquia. “Tarifa é a única forma de arrecadação do Saae. Mas vamos esperar, isso vem no segundo semestre”, comentou, taxativa.

Substituição

Karina foi nomeada para o Saae no mês de abril, em substituição a José Antônio Reis Lopes, empresário remanejado do comando da autarquia para a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia, Inovação e Turismo. Antes, Karina Lobo ocupava a Secretaria Municipal de Auditoria Interna e Controladoria. A servidora é esposa do secretário de Administração, Klauss Moreira Amann.